16/10/10

40. desejos, parte trezentos mil

SU'HGONÇALVES

Não quero estar aqui, não quero o presente pois tenho um passado para reviver e mudar.
Quero voltar a estar naqueles locais maravilhosos onde estive, descobrir o que não cheguei a descobrir, tirar as fotografias que faltam para completar o album, usufruir o que não usufrui. Locais nacionais e internacionais, desde escolas e parques a museus e praias, quero o pretérito perfeito e mudar tudo.
Quero voltar a viver certos modos de vida que vivi, aproveitar a diferença que tinha, arriscar o que não arrisquei e ter a força que não tive para continuar a viver de certas maneiras.
Desde estilos de roupa, géneros de música, hábitos alimentares e não alimentares, quero o tempo que já passou e mudar tudo.
E quero voltar a ter certas pessoas, aprender mais com cada uma delas, alterar a minha maneira de ser e agir com essas pessoas, ser quem nunca fui com essas.
Quero voltar atrás e poder mostrar quem sou realmente, para saber quem continuaria do meu lado. Quero a oportunidade de poder mudar o que disse pois muitas vezes magoei, menti e estou arrependida. Quero mudar os momentos em que mal-entendidos me fizeram desconfiar e não ver a verdadeira faceta de certas pessoas. Quero abraçar e beijar de novo quem eu antes abraçava e beijava e também abraçava e beijava quem eu não abracei e beijei por causa do medo, sociedade e estupidez. Quero mostrar os meus sentimentos mais verdadeiros a quem não me compreendia e aperfeiçoar a visão dos que sabiam o que eu sentia. Quero voltar e recuperar amizades e paixões, aquelas que mudaram a minha maneira de ser e a dos meus respectivos amigos e amados. Quero apreciar de novo as qualidades e defeitos de cada pessoa que conheci e com isso poder gostar mais das pessoas. Somos todos diferentes e eu devia ter percebido a tempo que é isso que nos torna especiais, só dessa maneira poderia achar cada um especial e viver mais momentos com cada pessoa que conheci.
Apercebo-me no presente que muitas das minhas acções foram as incorrectas e as mais estúpidas até, mas por culpa do egocentrismo psicológico e estados de espírito incertos, eu não me apercebi dos erros que cometia. E decerto que vou continuar a cometer erros pelos mesmos motivos, não tantos, mas vou.
A principal consequencia que subjaz ás minhas escolhas é o meu crescimento e a par desse, o meu arrependimento. Sou a culpada de querer mudar o passado voltanto lá. O problema é simples de encontrar ao invés da solução. O problema sou eu e a minha incapacidade de terminar o que começo, isto na medida em que não chego ao fim dos meus objectivos, das relações, do meu modo de ser e estar no mundo. Eu acabo a meio o que começo, raras foram as vezes que cheguei á meta e que consegui lá ficar a celebrar a minha vitória. E quando chego á meta, por vezes festejo demasiado o meu sucesso e sou desqualificada. Chegar á meta já me faz crescer, mostra-me que consigo enfrentar todas as barreiras, mas isso não chega.
Quero voltar ao passado e viver tudo de novo, voltar a correr, tentar atravessar as barreiras que não atravessei, mudar o percurso que fiz e chegar ás metas, festejando calmamente.
Peço celeridade em que me concretizem este único pedido, eu não consigo ir ao passado. É apenas um pedido. Um pedido que iria mudar o mundo, pelo menos o meu.
Su'hGonçalves, estreia em desejos, parte trezentos mil

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