17/04/11

95. idas ao cinema



Ainda fico nevosa quando vou ter contigo, por vezes. Quero parecer sempre mais bonita mas sei que nem notas.
Mal te vejo, e sem que te apercebas, os meus olhos brilham e o meu coração bate mais forte.
Olho-te e cumprimento-te, como sempre. Depois seguimos viagem. Para o cinema, por exemplo.
Sentámo-nos bem lá atrás, guardamos as nossas trouxas e colocámo-nos confortavelmente sentados para apreciar uma boa sessão.
Ainda conseguimos ver os primeiros minutos do filme sem que haja um pedido para serem dados beijos. Depois da parte introdutória é impossível ficarmos parados.
Queres um beijo, eu aproximo-me de ti e dou. Eu quero um beijo, tu aproximas-te de mim e dás. Juntámo-nos. E vemos o filme, cada vez mais próximos e com intervalos beijocais pelo meio.
Quase intervalo já estou totalmente dependente do teu ombro para ver o filme e para ter os teus mimos.
Tenho de admitir que quando me dás a mão, por vezes, ainda sinto um friozinho dentro de mim, como se fosse a primeira vez. E á medida que me acaricias vou ficando mais dependente de ti. Pelo menos durante os momentos em que me mimas, se me deixas, acho que morro. Por dentro.
O intervalo chega, as luzes que se ligam ofuscam-me a vista, fico meia atordoada e dou por mim a saber a história do filme, o que prova que apesar de tudo, paguei e aproveitei do talento dos actores, realizadores, produtores e todos os colaboradores que permitiram a realização da sequência de imagens que estou a ver contigo. 
Felizmente o intervalo acaba e estou feliz por te ter abraçado a mim. A fita desenrola e o calor em nós faz com que nos concentremos na nossa própria história, que por este andar, é já uma enorme sequela.
Fico envolvida em ti, tu despertas-me muito mais interesse que qualquer filme. Peço para que não terminem aqueles minutos ás escuras, onde ninguém nos incomoda e em que te sinto mesmo perto de mim.
Mas eu sei que o momento se aproxima e tudo termina. O ecrã gigante apaga-se, acende-se a sala e ouve-se o ruído das pessoas impacientes que querem sair da sala de cinema. Contrariamente a mim, que só desejo lá permanecer.
Ainda temos sempre mais uns momentos juntos pela frente, até me meter no autocarro para me ir embora de vez, mas é diferente. É bom, mas é diferente. Tu também és bom e és diferente. Por alguma coisa tinha de gostar de ir ao cinema e por alguma coisa tinha de gostar de ti. 

-Um aparte: eu vou tentar não errar mais desta maneira. Simplesmente porque é errado.

Su'hGonçalves, estreia em idas ao cinema

5 comentários:

  1. Bóbó para os amigos (y)17 de abril de 2011 às 03:36

    "ouve-se o ruído das pessoas impacientes que querem sair da sala de cinema."
    Experimenta ir ver um filme de me*** onde a probabilidade de ficarem sozinhos é bastante alta. O filme ganha logo outra dinâmica, you know what i mean... 8-)
    (só tem cuidado para quando acabar o filme não levares com a vassoura da mulher das limpezas, é bastante constrangedor :o)

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  2. Ahaha, borat , amor da minha vida, se eu levar com a vassoura levas também :b
    Sabes que é contigo que gostava de ir ao cinema, mas não posso. A minha mãe não me deixa sair com homens que usam tanga :s

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  3. não gostam da minha tanga ;(17 de abril de 2011 às 23:50

    Possa, sem se for verde fluorescente? Acho que a cor conta muito :o
    Eu acho que ela tem é medo que apareças em casa sem tanga, depois do cinema :$

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  4. Acho que assim a minha mãe já deixa *-*

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  5. o.o
    vamos amanha? :D

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